segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Fauzi Arap

Eu vou te contar, que você não me conhece. E eu tenho que gritar isso porque você está surdo e não me ouve. A sedução me escraviza a você, ao fim de tudo você permanece comigo, mas preso ao que eu criei e não à mim. E quanto mais falo sobre uma verdade inteira um abismo maior nos separa. Você não tem um nome , eu tenho, você é um rosto na multidão e eu sou o centro das atenções. Mas a mentira da aparência do que eu sou e a mentira da aparência do que você é. Por que eu, eu não sou o meu nome e você não é ninguém. O jogo perigoso que eu pratico aqui. Ele busca chegar ao limite possível de aproximação. Através da aceitação da distância e do reconhecimento dela. Entre eu e você existe a notícia, eu me dispo da notícia e a minha nudez parada te denuncia e espelha. Eu me relato, tu me delatas, eu vos acuso o confesso por nós. Só assim me livro das palavras com as quais você me veste.

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